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terça-feira, 27 de março de 2012

Nome do dia: Jerónimo

Nome do dia

Jerónimo

Descontando a pequena violação das normas, derivada de ser uma palavra esdrúxula, trata-se de um nome bem sonoro e cheio de referências. Vem do grego Hyeronymos, que é uma palavra composta por dois elementos “hieras”, que significa “sagrado”, e “onoma”, que significa “nome”. Portanto, Jerónimo significa “nome sagrado”, o que não deixa de ser notável: um nome que significa nome!

Se isso por si só isso não bastasse, temos o fantástico mosteiro de Jerónimos em Lisboa. Ficava perto da minha casa enquanto miúdo e era aí que eu ia à missa. Só que nunca vi lá Jerónimos nenhuns, para meu grande desencanto. Acabei por perceber, muito mais tarde, que terá havido uns monges jerónimos, assim chamados por serem da Ordem de São Jerónimo, a quem o mosteiro foi entregue e pelo nome dos quais acabou por ficar conhecido. Os tipos de monge que eu conhecia nessa altura eram os franciscanos, os dominicanos e os jesuítas, e deduzi que os jerónimos, sendo tão pouco falados, deviam ser pouco importantes, o que era paradoxal, pois tinham um mosteiro tão grandioso.

Tenho a certeza de que o gaiato há de ficar muito orgulhoso de ter um mosteiro em Lisboa com o seu nome, e, lá no Luxemburgo, ou em qualquer outro país para onde os pais decidam emigrar, mostrará ufanamente as fotos aos seus amiguitos, contando que o mosteiro é a casa dos avós maternos em Lisboa.

 

Reconheço que o nome pode ter um ligeiro inconveniente. Numa outra ocasião, sugeri Lenine e infelizmente não foi bem aceite. Agora, perante Jerónimo de Sousa Guerreiro, receio que os mesmos sobrolhos se franzam de novo, mas, tal como no caso do Lenine, não vislumbro razão válida para tal.

Não se tratando de um nome popular em português, com a notável exceção ao de leve insinuada no parágrafo anterior, não faltam Jerónimos importantes noutros países, designadamente no campo das artes, que poderão servir de modelos ao gaiato, caso tenha veia artística, o que, convenhamos, não é provável, atendendo ao nulo currículo artístico de seus pais e avós.

O primeiro Jerónimo ilustre foi Jerónimo Bosch, pintor holandês dos séculos XV e XVI, http://en.wikipedia.org/wiki/Hieronymus_Bosch. Este Jerónimo nasceu na cidade holandesa de 's-Hertogenbosch, que na altura fazia parte dos chamados Países Baixos borgonheses, os quais incluíam o ducado do Luxemburgo. Bem conversado, talvez o governo do Luxemburgo considere que este é também um nome histórico luxemburguês, que é preciso preservar, e que, em conformidade, conceda o respetivo subsídio.

Segundo alguns, a obra mais importante de Jerónimo Bosch é o tríptico “A tentação de Santo António” e está exposta no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, não muito longe do mosteiro dos Jerónimos:


 


No campo da música, e uns séculos mais tarde, distinguiu-se o Jerónimo Kern (Jerome Kern, em inglês),http://en.wikipedia.org/wiki/Jerome_Kern, compositor popular americano, que nos deixou centenas de músicas, algumas das quais completamente clássicas, por exemplo o “smoke gets in your eyes”, www.youtube.com/watch?v=NBQkHTPV_C8, e “all through the day”, http://www.youtube.com/watch?v=JxAZZO7tdFo.

Outro Jerónimo americano mais recente, que todos admiramos imenso, é o Jerome Allen Seinfeld, mais conhecido por Jerry Seinfeld, http://jerryseinfeld.com/. Os pais do gaiato terão crescido a ver episódios do Seinfeld, e, por isso, é da mais elementar justiça que o batizem com o nome deste ícone dos anos 90. Que o Seinfeld era um génio, demonstra-o o famoso anúncio da Apple, emitido apenas uma vez, na altura do derradeiro episódio: http://www.youtube.com/watch?v=vNDEwsIGJKI. Todos nós esperamos que o gaiato um dia também ajude a mudar o mundo para melhor.

Mesmo assim, o mais sui generis Jerónimo americano não é Jerónimo, é sim Gerónimo, o famoso guerreiro índio (repararam? guerreiro) que tanto trabalho deu ao exército mexicano e depois ao exército americano na segunda metade do século XIX,http://en.wikipedia.org/wiki/Geronimo. Sempre foi um mistério para mim haver um índio que se chamava Gerónimo. Os índios chamam-se Touro Sentado, Águia Branca, Nuvem Vermelha, nomes assim. Gerónimo não fazia sentido. Na verdade, o seu nome verdadeiro era Goyahkla, que significa, “o que boceja”, mas que os caras pálidas terão simplificado para Gerónimo, sabe-se lá porquê.

Aposto que daqui por uns 8 anos, o gaiato terá na parede do seu quarto um belo poster com o seu homónimo Gerónimo:

 

Em resumo: chamando-lhe Jerónimo, teremos um guerreiro que boceja, o que parece muito ajustado, e só pode ajudar a que ele dê noites sossegadas aos seus pais.

Além disso, tenho a certeza de que o gaiato adorará chamar-se Jerónimo, para poder usar o mesmo diminutivo que o Seinfeld, e, por essa via, assimilar-se ao espertíssimo e engenhosíssimo ratinho Jerry, da famosa parelha Tom e Jerry:

Assim já temos presente para quando ele fizer três anos: o CD com as melhores perseguições de Tom e Jerry, disponível na Amazon, http://www.amazon.com/Tom-Jerrys-Greatest-Chases-Jerry/dp/B00003JRAJ. A mãe do gaiato mandará vir, com desconto, é claro.

Beijinhos

1 comentário:

  1. opá... muito bom! farto de me rir com estes textos... acho que os argumentos são tão bons, que não me importo que o meu sobrinho se chame Jerónimo...ou Humberto... ou Isidoro!!! (mas digo já que sinto um alivio mto grande em não ser eu a decidir!!..poor parents..!)

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